5 dicas para falar sobre a morte de Mike Brown

A menos que você tenha vivido em uma caverna, provavelmente já ouviu falar do trágico assassinato de Mike Brown, um adolescente desarmado de St. Louis morto a tiros por um policial em agosto. Se você está realmente bem informado, sabe que essa execução extrajudicial está longe de ser um caso isolado. Na verdade, entre 2010 e 2012, a polícia matou 1.217 pessoas (a maioria negras ou latinas) . Os dados apontam, de forma esmagadora, para um viés racial na aplicação dessa "justiça" letal, mas isso não impede que muitas pessoas, propositalmente ignorantes, busquem qualquer desculpa, menos a raça, para justificar a propensão da polícia a matar pessoas negras.

Se você já se sentiu frustrado depois de tentar (e provavelmente falhar) em explicar o quão obviamente injustas são essas situações, não se preocupe – a maioria de nós já passou por isso. Você pode até ter saído de uma dessas conversas pensando que não há sentido em ter outra. Mas estou aqui para lhe dar esperança e, com sorte, algumas ferramentas para ajudar a garantir que seu próximo encontro seja pelo menos produtivo. Lembre-se: se você tem a luz do conhecimento, tem o dever de compartilhá-la com os cegos. Se você a compartilha e eles não a usam, ELES falharam. Se você a tem e não a compartilha, VOCÊ falhou ;-)

  1. MANTENHA A CALMA

Não posso enfatizar isso o suficiente. Uma vez que você perde a calma, a transmissão de ideias fica seriamente comprometida. Esta é a regra número um por muitos motivos, e o primeiro deles é que a manifestação verbal da ignorância pode ser extremamente irritante. Basta pensar na última vez que você ouviu alguém mencionar cigarrilhas durante uma conversa sobre Mike Brown. #objeção_sua_honra_irrelevância

  1. PENSE A LONGO PRAZO

Ensinar alguém pode levar tempo. Ninguém domina um novo conteúdo em uma única aula. Dito isso, tenha em mente que as mensagens que você está tentando transmitir podem precisar ser repetidas várias vezes e de maneiras diferentes. Talvez seja necessário continuar a conversa em algum momento futuro. Se você se esquecer desse princípio (e/ou violar a regra 1), poderá não ter a oportunidade de reforçar a mensagem posteriormente.

  1. PRATIQUE PRATIQUE PRATIQUE

Uma vida inteira falando pelos cotovelos não te transforma em um mestre da comunicação. A maioria das pessoas nem sequer conversa COM as outras; em vez disso, elas conversam UMAS COM as outras (essa distinção é crucial). Comunicar-se NÃO é falar e esperar a sua vez de falar. É ouvir ativamente. É um esforço conjunto não só para ser compreendido, mas também para compreender. Portanto, pratique com amigos e familiares para que, quando você se comunicar com alguém que conhece menos intimamente, alguém com quem talvez não seja tão fácil dialogar, você esteja preparado.

  1. FATOS PRECISOS EM VEZ DE ESPECULAÇÕES

Tenha conhecimento sobre o assunto. Conheça os fatos. Conheça as fontes. Saiba identificar uma fonte confiável e distinguir uma não confiável. Saiba indicar suas fontes a outras pessoas. E, acima de tudo, não fale com autoridade sobre algo de que não tenha certeza. Inicie afirmações factuais com “De acordo com tal site” ou “No livro [nome do livro], o autor afirma o seguinte”. Esse tipo de afirmação é mais difícil de ser contestado por alguém que discorde e, inversamente, é mais fácil de ser defendido por você.

  1. NÃO SEJA TÃO HUMANO

Os seres humanos tendem a não acreditar em coisas que não podem ser medidas. Você sabe o impacto que sua conversa terá sobre uma pessoa? NÃO. Você consegue determinar o impacto que ela terá sobre você mesmo? NÃO. Você não sabe e nunca saberá, porque não temos uma maneira científica e quantificável de medir esse impacto. Mas, da mesma forma, é difícil medir o impacto do amor de uma mãe, embora ninguém questione sua importância na criação dos filhos. Dito isso, não perca a oportunidade de compartilhar seu conhecimento com outro ser humano. Não seja derrotista. Não presuma que suas palavras não terão efeito – simplesmente porque você não vê esse efeito.

PARA CONCLUIR

Algumas pessoas dedicarão suas vidas ao serviço e por elas devemos ser gratos. Outras viverão suas vidas inteiras de forma egoísta, sem se importar com o próximo. A maioria de nós ficará em algum ponto intermediário. A vocês, deixo este desafio: vocês possuem conhecimento que pode tornar nosso mundo melhor – compartilhem-no. Não sabem como? Tentem isto: da próxima vez que encontrarem um colega no bebedouro, perguntem se ele ouviu falar do bebê na Geórgia que teve o nariz arrancado pela granada lançada por um policial durante o cumprimento de um mandado de prisão relacionado a drogas. Não se esqueçam de mencionar que o policial que lançou a granada não foi indiciado. Se isso iniciar uma boa conversa, ÓTIMO. Se não, sem problemas. O que cada pessoa faz com a tocha do conhecimento é sua própria cruz para carregar. A sua é simplesmente passar essa tocha adiante.

-H. Pace

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